13 de mar. de 2011

GINÁSTICA ARTÍSTICA-Técnicas básicas de solo

O solo é considerado a base de todas outras as provas da Ginástica Artística. Os rolamentos são os primeiros elementos a se aprender, seguidos da parada de dois apoios, estrela,... Mas e os demais? Conhecer os movimentos é o primeiro passo para o professor poder informar-se sobre qual deles deve ser aprendido primeiro, qual depois, como facilitar sua aprendizagem, etc. Uma das formas de entender o movimento é pela sua descrição técnica, que, é claro, não substituirá nunca uma vivência. A soma das suas experiências é que deverá ser nosso objetivo.

Portanto, apresentaremos, a seguir, a descrição técnica de alguns elementos, e algumas deverão ser elaborada por você, estudante. Não é difícil descrever uma atividade prática: é preciso se ater aos detalhes do movimento, para que, ao ler, uma pessoa que nunca viu o elemento possa visualizá-lo mentalmente com exatidão. Para facilitar a descrição, a utilização dos planos de secção e eixos de movimento (Anatomia) será de grande ajuda.

Após trabalharmos na descrição técnica do movimento, é necessário estabelecer os pontos de maior dificuldade na execução do movimento, e, a partir daí, tentar facilitar sua aprendizagem através de atividades com superfícies facilitadoras, ajudas, e todos os recursos a que possamos lançar mão na criação de atividades pedagógicas (ou educativos), seja pelo método global, analítico ou genético.

Rolamento para frente grupado:

Objetivos formativos de sua aprendizagem: Desenvolver a adaptação e domínio da alternância dinâmica de posições corporais, experimentar a sensação de rolar e recuperar o equilíbrio, promovendo adaptação às rotações.

Material: Área plana gramada ou colchões para ginástica, banco sueco, plano inclinado

Descrição técnica de rolamento de frente grupado: Partindo da posição de pé com pernas unidas, flexionar os joelhos, apoiar as mãos espalmadas no solo à frente do corpo, mãos à largura dos ombros, cotovelos flexionados, dedos voltados para frente, flexionar a cabeça à frente, encostando o queixo no peito e, impulsionando o corpo com as pernas, rolar para frente sobre as costas em posição grupada, mantendo os joelhos unidos e pés em flexão plantar ao saírem do solo. Ao completar 360 graus de rotação ao redor do eixo transversal do corpo, em deslocamento para frente no plano sagital, finalizar o movimento em apoio sobre os pés, elevando-se á posição de pé (ortostática), com elevação os braços em extensão, e assumindo a postura estendida.

Formas de ajuda: em caso de haver apoio do alto da cabeça no solo (e não a nuca) ao rolar, há risco de haver uma torção no pescoço, o que pode ser evitado ajudando-se o executante a manter o queixo junto ao peito, segurando a cabeça pela nuca empurrando-a para baixo, enquanto se conduz a realização do rolamento pela parte posterior da coxa, com a outra mão, no sentido do giro.

Sugestões de atividades individuais e em duplas para a sua aprendizagem:

- Sentar-se na borda de um colchão ou no gramado, com as pernas flexionadas, abraçando-as com os dois braços. Mantendo as costas arredondadas, deixar-se cair para trás, mantendo a postura descrita anteriomente, e balançar sobre as costas, tal e qual um “mata-borrão”. Após sucessivos balanços, sentar-se novamente de forma contínua, conforme FIG. 1. Este exercício pode ser feito, dentre outras, com as seguinte variações: 1- terminando na posição de pé, tentando levantar-se sem o auxílio das mãos; 2 - pedir aos alunos que corram livremente e, ao sinal, deitem-se em decúbito dorsal, abracem as pernas e balancem-se algumas vezes sobre as costas arredondadas. Ao segundo sinal, deverão correr novamente.



FIGURA 1
Fonte: (Gómez, 1989: 161)

- Após prepararmos um banco sueco, onde em uma de suas extremidades é colocado um colchão, ou mesmo superfície gramada plana, pedir aos alunos que desloquem-se em quadrupedia (engatinhando) sobre o banco e, ao chegar à sua extremidade, apoiem as mãos no colchão, flexionem a cabeça à frente e rolem sobre as costas. (FIG. 2) Caso não se disponha de um banco sueco, esta atividade poderá ser realizada em duplas, onde um aluno apoia as mãos no solo e estende as pernas atrás, ligeiramente afastadas, outro aluno, posicionado entre as pernas do primeiro, segura-lhe por debaixo dos joelhos, tal e qual um “carrinho de mão”. Após primeiro aluno dar alguns passos com as mãos, deverá flexionar a cabeça, encostando o queixo no peito, e rolar sobre as costas, na grama ou no colchão. (FIG.3)




FIGURA 2`                                
 FIGURA 3
Fonte: (Gómez, 1989: 161) Fonte: (Gómez, 1989: 173)

- Preparar um plano inclinado, mas não muito, que poderá ser feito com uma tábua apoiada em um degrau, ou banco sueco, colocando um colchão fino sobre o mesmo. Pedir aos alunos que executem um rolamento de cima para baixo, sobre as costas, tomando o cuidado sempre de colocar o queixo encostado no peito. Finalizar de pé, levantando-se sem o auxílio das mãos. (FIG. 4) Aquelas crianças que não conseguirem se levantar sozinhas, podem contar com a ajuda de um companheiro, que lhe dará as mãos no final do rolamento, ajudando-a a se levantar sem tocar o solo.
FIGURA 4
Fonte: (Gómez, 1989: 162)

- Deslocar-se em quadrupedia alta em terreno plano gramado, e ao chegar em um colchão ou local pré-determinado, realizar um rolamento apoiando as mãos e nuca em desenho feito no colchão ou grama, com a silhueta correspondente, conforme FIG. 5.
FIGURA 5

Fonte: (Gómez, 1989: 163)

- Rolamento de frente grupado na grama ou no colchão, terminando de pé sem o apoio das mãos no solo no final, para ajudar a criança levantar-se. Esta ajuda deverá ser feita por outra pessoa (professor ou aluno), que ficará de frente para o executante, de modo que quando este termine o rolamento, possa dar as mãos para o ajudante, conforme FIG. 6, tendo, assim, maior facilidade para levantar-se.
FIGURA 6


Fonte: (Gómez, 1989: 164)

Há outros tipos de rolamentos, como, por exemplo, o rolamento para trás grupado, carpado, o rolamento para frente afastado. Todos eles devem ser aprendidos passo-a-passo, lembrando que a ajuda é recurso pedagógico importante, e, quando necessária, deve ser sempre utilizada.

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